Ensaios - Janelas II
O tempo das escritas, da minha escrita...
Há quase um ano passo por aqui, leio e releio minhas palavras, mas não escrevo nada. Sempre penso, repenso, mas no fim nada. Nenhuma palavra.
Hoje resolvi escrever. Pode ser que amanhã me arrependa, então não queiram exigir muito. Mas hoje estou aqui de corpo, alma, cabeça e dedos. Dedos que tocam cada tecla, cada letra, que juntas formam palavras, frases, parágrafos e por assim vai. Um toque que mais parece uma "relação" entre os dedos e os teclado. Um orgasmo que pode ser alcançado, ou pode ser frustrado.
Mas o que isso importa?
Na verdade não estou aqui para falar da relação dedos, teclas e palavras. Estou aqui pra dizer sobre a minha janela. Isso sim importa. A mim importa. "Importa" o que? Uma janela que estava entreaberta há quase um ano importa e também exporta, acontecimentos que se metamorfosearam de acordo com a mudança de estação. A minha mudança de estação.
Estações que mudaram janelas, sonhos e sentimentos. Janelas não mais vistas, janelas revistadas, janelas novas. Sonhos abandonados, sonhos realizados, sonhos novos. Sentimentos que findam, sentimentos revividos, sentimentos que estão por vir. Que tantas novas e novos devo esperar? O que espero enquanto debruço nessa minha janela, para ver além do que posso? Olho, aprecio e escuto. Não sei o que vem com a próxima estação, sei do que foi. Enquanto descubro as boas novas, espero com o rosto voltado para o sol e a brisa leve que a estação permite.